Dpadua

~ Foto: Raquel Gomes.

Como o tronco e a flor, feitos um pro outro. Mesmo que o vento venha, mesmo que o lodo cresça. Feitos um pro outro. =)

~ Down the River (detail), 2005. Peter Callesen.

~ Foto: Dana Graves.

Espairecendo. A vida é um grande jogo de botar ou não botar fé junto. Respiramos.

The sorrow grows bigger when the sorrow is denied. Para andar de mãos dadas, há de se encontrar o tempo-comum, onde as respirações se harmonizam, as vibrações se sorriem, e a paisagem não interfere. Instantes feitos bocejos – onde a sincronia se reestabelece. É a pausa que se dá para acertar um passo. A piscada na hora certa para parear no retrato. Seguindo.

~ Foto: Rui Guerra.

Primeiro, era uma festinha de amigos. Ela lá, linda, me olhando como quem ama. Eu ainda perdido, no meio da névoa. No quintal, as pessoas correm e há uma sala com tevê. Vejo-o indo pra lá, ela também. Respiro ofegante sem saber. Pequenos segredos. Olho pela janela. A saia suspensa não regula a presença de uma certa mão demente. As expressões de prazer me tiram o sono. Estou acordado desde 6h, e não quero pensar em sexo. Não agora.

Sentadinho ali, na praça, todo dia um guri mascava pipocas antes de engoli-las. Todo dia mesmo. As pessoas desfilavam, e em sua cabeça brincava de trocar as roupas delas. A tia véia usando terno, o pirralho de vestido, a moça crescida vinha de calça jeans e xale, rodando lenta sobre patins. Ria-se só, tamanha confusão das cores e graças… mas de tanto rir, descuidou-se. Veio o amor de sua vida, que passeava coberta somente do vento, pelinhos soprados e ancas arrepiadas.

– Ê guri, perdeste a inocência por pura imaginação.

FIM

Tem gente calada.
Tem gente que fala.
Tem gente que fala e acha bonito.
Tem gente que acha bonito e quer fazer.
Tem gente que simplesmente faz.

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~ Foto: Tatiana Reis. Edição: Daniel Pádua.

Enquanto desejo ardentemente a programação do Anima Mundi em SP, frito meus miolos com a animação abaixo, simplesmente lisérgica (de ljudbilden & piloten). E me pergunto: quando verei algo assim feito com software livre?.

~ Foto: Gelida Jose.

Ainda arrebatado por terminar a leitura do volume três (e último) deste quadrinho fantástico em todos os sentidos, dos grandes mestres Jodorowsky e Moebius. Que história, que desfecho! Aaaaaaaah! Não acredito que rendeu apenas o mediano O Quinto Elemento no cinema… enfim, quem quiser emprestado, vá lá em casa pra ler. 😉

serenava lá fora. dentro da cabana improvisada eu versava uma prece ao vento uivante. perdido do deserto. a água já estava acabando quando três beduínos invadiram minha morada. assustado, pensei que a morte chegara. eles se aproximaram sorrateiramente, asqueirosos. me deram três garrafas pet de coca e partiram. fiquei feliz.

FIM