Menino da praça

24 Jul
2007

Sentadinho ali, na praça, todo dia um guri mascava pipocas antes de engoli-las. Todo dia mesmo. As pessoas desfilavam, e em sua cabeça brincava de trocar as roupas delas. A tia véia usando terno, o pirralho de vestido, a moça crescida vinha de calça jeans e xale, rodando lenta sobre patins. Ria-se só, tamanha confusão das cores e graças… mas de tanto rir, descuidou-se. Veio o amor de sua vida, que passeava coberta somente do vento, pelinhos soprados e ancas arrepiadas.

– Ê guri, perdeste a inocência por pura imaginação.

FIM

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