Produção Multimídia, Narrativas Livres e Ativismo Open-source, por Daniel Pádua
Eu e Emerson rolando de rir.
Eis que os desenvolvedores do wordpress curtem cinema, aventura e roquenrou sem botar fé nos padrões de consumo globais. Ah, como seria bom viver na vanguarda da tecnologia, estudar no MIT ou na Stanford sem sair de Islamabad – ainda que explodida. Venha o open-source do New York Times, inscreva-se na oficina do pontão de cultura digital Minuano, passeie pelo Encontro Internacional de Arte e Tecnologia, na bola, em Brás-ilha! O mundo do DNS está em transformação, e quase funfa o bluetooth do budegas… Que aliás, só fala frases de efeito e lê tirinhas das antiga total. Bora então inovar a agricultura familiar e ver esse curta sobre a cultura do powerpoint? Ó, Eleições 2008. Um beijo.
Minha companheira ruiva está completando mais uma volta no sol, pirando em infografistas (como o moleque que bloga infos sobre sua própria vida) e editais de residência artística da FUNARTE, enquanto o Murilão bloga sobre censura na rede, algo que merece mais transparência no brasil, seja via governo ou pelo TSE. Já Elvira, que não dorme com medo do fantasma do filho, só fala do livre “A Invenção do Ar” de Steven Johnson, enquanto trampa com personal robotics e acompanha as Eleições pela EBC.
Marcelo Jorge Vieira (metal): http://identi.ca/doc/faq
Daniel Pádua: esse é réio já
Marcelo Jorge Vieira (metal): hehe
Marcelo Jorge Vieira (metal): usa uns trem xmpp
Daniel Pádua: o cara joga num http:// da vida
Daniel Pádua: eca
Daniel Pádua: dns, parará
Daniel Pádua: mesmo que criem vários nós da rede, localmente rola elitização de quem cuida da infra
Daniel Pádua: acho que eu sou o único ser da galáxia que se incomoda com isso
Daniel Pádua: =/
Marcelo Jorge Vieira (metal): hehehehe
A praga do momento é ter de aturar “blogueiros profissionais” repetindo a receita da mídia mainstream para se auto-afirmar: se você não é famoso ou não faz qualquer coisa pra chegar lá, então você não é ninguém.
Dá uma licença aí, meretrício, que eu tô nessa quebrada há muito tocando minha viola… Uma coisa é ganhar um troco capitalizando atenção, outra coisa é enxergar o mundo apenas dentro desse viés.
Era uma vez a Stéffanie, do Seu Estrelo, que fofamente me emprestou um quadrinho chamado Blue Note, de Biu e Shiko, autografado. Na época (2007), eu namorava a Tatiana Reis, que prontamente roubou de mim a peça para ficar babando na arte magnificente de Shiko, um paraibano corretamente chamado de Samurai dos Quadrinhos pelo André Dib.
Quase um ano depois, o Shiko, que por sua vez babou na fotografia erótica da Tati (especificamente esta aqui) resolveu fazer a maravilha acima, transformando a minha irmã cambaleante Andressa Desastralos, como ela mesma disse, num desenho sujo. Cara, até eu queria.
Queria ouvir uma música livre no Freesound, mas o Steve me obrigou a ficar vivo.arte.mov #FIM
Dica do Emerson, que tá aqui do lado babando em loop infinito com o clipe. 😉
Há uma semana e meia eu fui ver o Muse no Porão do Rock e pude assistir ao atual show da Pitty. Apesar do ti-ti-ti sobre a qualidade do trampo dela, é uma banda tecnicamente ótima, ela canta muito bem, com um rock volumoso, que me soou honestíssimo e superaram de longe as outras apresentações brasileiras do dia. A música “Brinquedo Torto“, do vídeo acima, fica FODA ao vivo. Roquenrou na veia. #prontofalei
Enquanto o vídeo que estamos produzindo não sai, podemos apreciar aqui a falta completa de noção do senador Eduardo Azeredo sobre o projeto de lei do qual é autor (e 3 vezes relator). Por Márcio Motta, da Rádio Relógio:
Vamos refletir com Eloar Guazzelli Filho. (dica da Lelex)
Foi assim que o velho cineasta respondeu a respeito do uso pirata de seus filmes em diversos sítios da web. O repórter que praticamente tinha nascido com a rede mundial de computadores não podia acreditar e repetiu a dose.
O velho cineasta que era contemporâneo do teletipo respondeu com a mesma calma de antes.
– A Internet não existe.
Mas resolveu emendar porque estava com medo do olhar apoplético do seu interlocutor.
– A Internet só existe enquanto seus feixes de luz forem alimentados por alguma forma de energia. Pelo menos dessas fontes que hoje conhecemos. No dia em que faltar alimentação ela vai simplesmente fazer poft. Com suas wikipedias, sítios, blogs, comunidades e naus piratas.
O repórter estava a beira de um ataque de nervos mas ainda teve forças pra perguntar o que ele faria com seus filmes.
O velho sorriu.
– Tenho um projetor manual e vou coloca-lo num castelo que possuo perto de Avignon. E de tempos em tempos irei reunir algumas pessoas para demoradas projeções. Na verdade vou pedir para alguém mais novo me ajudar.
O repórter pediu licença e foi no banheiro recarregar suas baterias com aquele farelinho brilhante que agita as moléculas.
Eu não estava lá, na verdade alguém me contou esse episódio no meio da fumaça numa dessas festas paulistanas. Acho que foi porque eu depositava minhas últimas esperanças presse pobre planeta desgovernado numa falta geral de energia. Um apagão mundial.
Não, eu não sou ludita. Pra quem não sabe (fui ali no google que não existe e dei uma confirmadinha) luditas é o nome que se deu para os seguidores de Ned Ludd, o líder de uma revolta de artesões lá no séc XVII. Eles quebravam as máquinas recém introduzidas pela dita Revolução Industrial porque segundo sua visão elas provocavam desemprego. E era verdade, ainda que ficassem estigmatizados como reacionários lutando contra o progresso. Enfim, não é minha intenção embarcar nesse atoleiro histórico-antropológico e só quero deixar claro que acho muito bom dispor das regalias tecnológicas que a rede me deu, tanto é que me modernizei a ponto de coordenar uma equipe de desenhistas à distância. Estou fazendo a direção de arte do longa-metragem Fuga em Ré para Kraunus e Pletskaya (da Otto Desenhos Animados) daqui de São Paulo. Graças a esses feixes de luz consigo trabalhar sossegado e ainda evitar as tentações da esbórnia portoalegrense (gastei 38 anos da minha vida nela…). Também graças a web posso fazer frelas para clientes que nunca vi. E ainda recebo meu pagamento por vias eletrônicas. Tudo isso é muito lindo e prático mesmo. Claro que tem as contrapartidas perigosas como esse maldito Orkut que traz de volta criaturas do passado que a gente faz terapia pra esquecer .
Mas isso não é o suficiente pra nos tornar luditas. O problema é que cada vez mais tenho a impressão que à sofisticação dos aparelhos corresponde uma pobreza imensa e crescente das almas que as manipulam.
Deus do Céu! olhai esses textos comoventes da web, correntes, correntinhas, chororicos clçasse média e ainda por cima na vida real tropeço com esses trechos horrorosos de intimidades que a gente tem de escutar nos elevadores da vida, cercados por esses telefoninhos e suas musiquinhas infames. E lá vamos escutar histórias de anjos e arcanjos, previsões dadas por Runas eletrônicas, recheadas por conselhos de Budistas baratos.
Isso sem contar os camionetões, os fones de ouvido, a tv do metro, os filmes nos ônibus, a bienal, as bienais. E eu nem falei dos mísseis coreanos, paquistaneses, israelenses, texanos…
Não, eu não sou ludita, mas acho que só o silencio pode nos salvar.
E só cortando a luz pra trazer o silencio de volta, ainda que nos primeiros eternos minutos do grande apagão o que a gente vai escutar mesmo é o grito histéricos dos banhistas pegos em cheio pelas águas que voltarão a ser geladas.
E eu vou pegar meu tacape, um bloco com um toco de lápiz e daí tomar o rumo do castelo daquele velho cineasta.
Eloar Guazzelli Filho
As empresas que estão desenvolvendo carros voadores: Moller (Skycar), Mundus (RAI) e Urban Aeronautics (X-Hawk). Tem também o conceito da Gizio (CellCraft G440).
Outro dia estava conversando com a Yaso sobre isso: voar só seria viável com um tráfego totalmente automatizado. Do tipo apontar o destino e o carro vai. É claro, o “modo manual” seria fundamental para emergências, mas nesse caso… ou nos tornaríamos pilotos exímios, para voar em rotas livres num perímetro pequeno (cidade), ou o uso destes carros continuaria limitado ao de táxi aéreo.