Produção Multimídia, Narrativas Livres e Ativismo Open-source, por Daniel Pádua
Severino Kindle era, além de um bom leitor, um detetive à moda antiga. Buscava histórias no Google Maps e divagava sobre as regras do jogo político brasileiro enquanto abria o Agência Brasil numa esquina qualquer… mas em seu coração havia apenas Fer, e os acordes de Pélico.
O roubo das Artzmania inquietava-o. Principalmente porque os provedores do Canadá avacalharam com o p2p no início do século e arrasaram com o Banco do Conhecimento Comum. Depois de andar pelo FISL e tentar ver o livestream em silverlight da NextWeb, decidiu que era hora de parar. Sites de viagens controlados mentalmente, Derren Brown mostrando o Adobe AIR pra Linux, e finalmente o mundo entendendo que a interface é o primeiro item de qualquer desenvolvimento de software. Nada daquilo fazia sentido e o Laboratório Open-Source do Google continuava sendo o suspeito número 1. “Não posso ficar parado!”. Saiu às pressas, passou no StartupCamp, onde aprendeu que fogão é “range” na gringa, gerou os feeds locais do Twitter, dos quais copiou o de Brasília – agora sua única garantia de sobrevida.
Pobre Severino… mal sabia que Evandro Rocha, meu cunhado e grande quadrinista underground, estava a lhe fotografar. O risco era enorme, e seu maior temor tornou-se real: apenas a modelo da perereca piscante poderia salvá-lo.
FIM