Festas de Instalação: Miscigenar para evoluir

29 Mar
2008

A Fabs comentou no Estúdio Livre sobre um Installfest de Windows Vista em Curitiba, o que gerou algumas repercussões interessantes. Gente achando que tinha de protestar (installfests são tradicionalmente eventos de instalação de software livre), pessoas indiferentes ou que defendem o “viva e deixe viver” entre comunidades, e gente achando genial que a Microsoft esteja atenta à cultura de código livre e replicando suas práticas (sinal de que falta pouco para a M$ abrir os códigos?).

Pessoalmente enquanto eu mesmo, acima de tudo indivíduo do meu próprio ser, cara, acho que os Installfests de GNU/Linux deveriam chamar essa galera pra fazer um evento conjunto com rodas de colaboração, análise mútua de softwares, filosofia comparada, desafios, brincadeiras, churrascão, eu-nunca-caiu-no-poço-jogo-da-verdade e tudo mais. Parar de fuleragem porque tá todo mundo querendo ser feliz com softwares que prestam, acima de tudo. Software bão tamém, como diria Gabriel Lana.

Compartilhar código só ganha sentido com amizade, qualidade e honestidade: já vi muito software livre não ganhar força comunitária simplesmente porque é tosco, assim como já vi muito software proprietário ser tosco e ganhar força por puro marketing desonesto. E aí, como fica, cabron? Lets fuck e dar à luz melhores robôs. HA! Shake that ass, Open your mindhole…

* Aproveitando, se você for do DF, dia 26 de Abril de 2008 tem FLISOL em Taguatinga. 🙂

8 Responses to Festas de Instalação: Miscigenar para evoluir

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efeefe

março 29th, 2008 at 10:20

bom sinal? pra mim é a velha tática de lavar nomes e excluir o que significam. o mesmo que fizeram com ‘liberdade de escolha’, ou que tentaram fazer comprando espaço no isummit do rio (patrocinaram e conseguiram espaço em um debate importante pra apresentar uma porra de um plugin de creative commons pro word, que todo mundo sabe que não tinha nenhuma relevância no contexto).

a guerra é simbólica. e se repete em todo canto. até ali naquela esquina onde a gente se encontra, a gente tá na fase crítica de falar mais alto pra lembrar de quem é a voz. mutirão nisso.

ou sou eu que tenho essa mania de reconhecer padrões nas coisas 😉

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Cesar Cardoso

março 29th, 2008 at 10:22

Installfests já deram o que tinham que dar, seja livre, proprietário, ou qualquer outra coisa. Durmam em paz, a sete palmos debaixo da terra.

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dpadua

março 29th, 2008 at 10:29

Concordo plenamente. E exatamente por saber que a guerra é simbólica, sugiro extrapolar o jogo dos nomes e cair pro corpo-a-corpo. Nem todo mundo está sequer lutando alguma “guerra”, mas apenas vivendo como sabe. A gente sabe que construção comunitária é isso aí, lenta e dançando coladinho. Se não abrirmos as festas, ninguém aprende o passo. E quem sabe o que quer, não acredita em dicionário. Sem ingenuidade mesmo, mestre. 🙂

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fabs

março 29th, 2008 at 14:36

Sem metáforas de guerra e também sem ingenuidade, o fato é que pra mim se achamos que está tudo bem e deixamos esse tipo de coisa passar quieto, também damos um sinal de que não nos importamos
em defender a integridade dos conceitos que utilizamos. Pra mim usar o termo installfest numa promoção de tecnologias proprietárias é tão ruim quanto usar o termo livre para definir softwares que são apenas grátis.

http://listas.cipsga.org.br/pipermail/debian-pr/2008-March/004144.html

Eu é que não vou dançar coladinho com quem faz propaganda enganosa…

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dpadua

março 29th, 2008 at 17:47

Fabs, eu entendo o teor mítico do termo pras comunidades de SL, mas as palavras não têm dono, e só se constrói sentido pela experiência. Esse foi o meu ponto. Se não tem como controlar apropriações (e convenhamos “install fest” = festa de instalação. pode ser qqer budega.), o esquema é buscar a vivência conjunta. Essa é a única defesa real contra qualquer destruição conceitual. Mas, sinceramente, nem propus miscigenar pra preservar conceitos… é pela putaria mesmo! hauhauha

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dpadua

março 29th, 2008 at 17:51

Não sei se é o caso de putaria com os indivíduos em questão, mas se alguém faz um installfest de ar condicionados no Pará, “installfest” já deixa de ser apenas software livre, quer queiramos ou não.

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fabs

março 29th, 2008 at 18:55

pois é, dani, eu também acredito que pessoas possam ser recicladas,
que somos parte de um todo, que blah, bleh, blih, bloh, bluh.

mas eu também não consigo lamber meu cotovelo, então isso
prova pra mim que nem tudo tem que necessariamente se tocar
para que o todo possa funcionar.

nhac.

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dpadua

março 30th, 2008 at 8:34

Concordo, Fabs The Woman, e acredito que não é porque eles não se tocam que a língua ou cotovelo precisem viver reclamando da existência um do outro. Afinal, existe sempre uma mão pra levar à boca e dar aquela molhadinha no cotovelo ressecado. 😉

huahauhauhaua adorei que a conversa entrou nesse nível de metáfora 😀

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