Produção Multimídia, Narrativas Livres e Ativismo Open-source, por Daniel Pádua
Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.
Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro.
Augusto retiro.
Tamanha paciência
Não irei esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.
Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.
~ Arthur Rimbaud
1 Response to Por delicadeza
daniel duende
julho 19th, 2005 at 12:34
eu prefiro a tradução de Augusto de Campos que diz:
“Inútil beleza
A tudo rendida
por delicadeza
perdi minha vida…”
Só nós resta ser nós mesmos,
pois nada mais serve,
nada mais se presta
a ser vida. 🙂