Arte-vida-poesia e a busca do foco correto

12 Oct
2005

EU NA INTERNET // Abandonei o orkut. Não tenho como acessar de lugar
algum, não tenho paciência para limpar a torrente de spams. E cansei de
ser figurinha no álbum dos refugiados sensíveis, temerosos de descobrir
o outro, que, no caso, sou eu. Se você quer me conhecer mesmo, me
escreva, me encontre. Provavelmente vocês me verão menos na Internet,
não só pela falta de acesso doméstico, mas porque meu pensamento tático
está cada vez mais voltado pra dinâmicas sensíveis ricas como maneira
de cultivar compartilhamento, especialmente através de mídias de baixa
tecnologia. O computador é uma solução perigosa – facilita relações,
mas nos amarra a sua complexidade. Compartilhar precisando do mínimo: como fazer?

TROVADORES DE IMAGINÁRIOS // Duende, Tico e eu vamos nos apresentar no Mundaréu
(um festejo de remix começado pelo Movimento de Arte-Educação de
Brasília, que pretendo contaminar com os princípios dos festejos de
imaginários) nesta sexta, à meia-noite. Tico batuca, Dpadua toca violão
e canta, Duende declama. Entoações para libertar imaginários e retomar
a efervescência mítica humana. O tema desta apresentação: a instituição é o imaginário dos covardes.

SEU ESTRELO E O FUÁ DO TERREIRO // Estreei no batuque no Seu Estrelo
(!), tocando o gonguê, na sexta passada, na festa SOS Picadeiro. O gonguê,
na tradição de terreiro, é o Ar, o elemento de ligação entre a Terra e
o mundo dos espíritos. É uma felicidade tão minha, que quase não
transparece. Próximas apresentações: dia 14, em frente ao Ministério da Cultura, dia 29,
na festa anual do calango voador (Samba Pisado em Terreiro Estrelado),
junto com a congada de MG e o maracatu de Recife. E pra fechar, comecei
ontem nas aulas de circo… subi pela primeira vez no tecido e no
trapézio, e foi como me sentir em casa. A rua é a minha casa.

REMIX EM MUTIRÃO // Todos esses movimentos que colocam o “livre” na
frente estão defasados em termos de auto-percepção. Já temos as
ferramentas e os espaços para viver dinâmicas livres. A questão agora é
preservar o que foi conquistado, disseminar mais ações e desvendar o que há de livre nas coisas que já fazemos. Interessantemente, Metareciclagem continua fazendo todo o sentido.

A revolução é sensível. Que um vento me leve.

10 Responses to Arte-vida-poesia e a busca do foco correto

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ClaCla

outubro 12th, 2005 at 18:22

O vento sempre te leva na sua dança insensante cheia de devaneios…é engraçado ver a tecnologia sendo levemente deixada de lado. E o tambozão, zin? Já que agora é por email, que por email seja… 😛 bom calor!

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maya

outubro 13th, 2005 at 0:19

denovo atacou com as palavras meus pontos comunicativos-sensitivos. vento. se bem me lembro na nossa última(única) conversa te disse que minha paixão havia mudado: ela é agora o vento quando desconcentra.isso em uma distância brasília-porto alegre…. quer dizer que os nossos estão por perto, sempre. por mais longe que estejam. hah! falaremos por essas frestas…

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lady bug

outubro 14th, 2005 at 8:24

:-* te amo grandão!

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imaginante

outubro 14th, 2005 at 10:16

Claclations malandrinha, o tamborzão eu ainda vou aprender direito… por enquanto eu toco o gonguê mesmo, tretita. É nele que o devaneio tem fluído…

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imaginante

outubro 14th, 2005 at 10:27

existe algum tipo de corrente aérea entre eu e porto alegre, maya. não é de agora. deve significar alguma coisa… que obviamente eu vou ter prazer em desvendar..

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imaginante

outubro 14th, 2005 at 10:30

“i love you all very big”

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senhoritafefa

outubro 16th, 2005 at 18:24

ainda te amo.

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Aletéia

outubro 16th, 2005 at 21:51

Oi, Dani
Dá um tempo no computador, mesmo… Considero ele um mecanismo de interatividade SOLITÁRIO, afinal, as pessoas podem se comunicar dizendo a verdade ou não. Portanto, a melhor comunicação (em questão de qualidade-verdade) é a comunicação ao vivo.
Beijos da sua irmã.

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imaginante

outubro 17th, 2005 at 21:08

O texto, Lé, de tão moldável, é perfeito para mentir. Um olhar e o som de uma voz ainda são os mecanismos básicos de reconhecimento mútuo, porque envolvem mais sentidos na interação. E, na busca por um novo reconhecimento de nós mesmos, não vejo outro caminho senão despir de toda mediação possível.

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imaginante

outubro 17th, 2005 at 21:09

Srta. Bravin… i need my Yukiko.

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