Produção Multimídia, Narrativas Livres e Ativismo Open-source, por Daniel Pádua
Felipe me passou a página de um curso em Interface Digital do SENAC,
aqui em Brasília tem um curso superior de Interface, só não lembro em
que porra de faculdade era… e acho que deve ter alguns outros
espalhados por aí.
O lance é que interface é mato. Nego acha que existe uma “excelência” no desenvolvimento de interfaces, mas não é isso. O buraco é mais embaixo.
.
a) Todo espaço de comunicação é um caldo de representações. Três são recorrentes: pessoa, falas, suporte/tecnologia.
O que constrói a habilidade de navegar nesse caldo é a capacidade
humana de relacionar as representações que compõem as falas (incluindo
meta-representações) através da lógica embutida nos suportes/tecnologia
(linguagem). É aí que entra o quarto elemento: meta-taxonomias compartilhadas. Linguagem.
O que quero dizer com isso? Que TODA arquitetura de informação é redutível a esse modelo. (Quem achar o contrário, pode me desafiar.)
E se toda AI é redutível, podemos criar modelos de componentes de
interface, não? Desde que eu percebi isso, nenhuma das minhas
interfaces fogem do meu modelo mental de estruturação de espaços
conversacionais. Prefeitura de Sampa, Telecentros, Minc, etc. Com o
tempo eu tô só refinando o raciocínio.
E o movimento é este mesmo. A correria mundial é para que a Rede fique
invisível: enxergar toda a informação/conteúdo que eu movimento
contextualizada pela minha malha de relações pessoais. Não interessa
quantos suportes eu use, mas existe sempre um interlocutor, e eu
preciso me comunicar com ele de um jeito menos fractal, mais integrado.
b) Dado um modelo de AI, a variabilidade da interface é meramente
estética. Você pode ter arranjos diferenciados para perfis linguísticos
diferentes, mas os componentes do padrão de AI estarão lá. A questão é
que essa estética não deve ser construída pelo “especialista em
webdesign” como é hoje, mas pela pessoa que movimenta suas representações ali. Interfaces compostas coletivamente entre usuários.
Ou seja, nessa viagem de interface, falta mesmo é a preparação de
sistemas que permitam esta apropriação da variação estética da
interface pelos usuários no processo comunicação que desempenham. HTML
foi um passo. Templates de CMS foram outro. Faltam os próximos. Tô
pensando.
2 Responses to Sobre design de interfaces
ff
julho 12th, 2005 at 12:41
Eu tenho te visto falar sobre isso desde desde. E vou insistir: ESCREVE, meu nego. A idéia já tá polida, de um modo geral. Precisa de mais elaboração. Mas tu tem que começar, pô. Deixar o mundo mexer na tua cabeça.
Escreve, manda, publica. Elabora. Xemele.org tá te esperando.
imaginante
julho 12th, 2005 at 12:44
Escrever sim. Mas não tem graça abstrair se não é numa mesa de bar. 😀 Pivot de novo porque preguiça. vou esperar o publicador que estamos fazendo no minc ficar razoável.