Produção Multimídia, Narrativas Livres e Ativismo Open-source, por Daniel Pádua
Há algum tempo sinto uma angústia pela certa pobreza sensível que estava estagnando a metareciclagem. Hoje, depois de longa conversa com o Dalton e o Felipe, percebemos que a sensação de compartilhamento
precisa tornar-se mais relevante nas ações, se não central. A revolução
é sensível, e como um primeiro passo na vivência lúdica de um
imaginário nosso, a descoberta xamânica do sentido mítico que une os
metarecicleiros. Assim, de repente, Maina reapareceu. A heroína
nartisan que nunca me deixou. Do fundo do baú, tirei um trecho do folclore da terra-fogo-raio-luz-água-ar:
Maina sempre gostou de tardes inocentes sob o céu cobre
do mundo industrial, por mais terrível que fosse seu significado.
E naquele dia, surpreendida pela brecha azul enorme
que se abriu sobre a Terra da Matilha, o sabor da inocência
veio acompanhado de todo o peso de sua jornada…
Os anos em Laura, aprendendo diretamente com o velho Carlos,
a terra livre aniquilada por agentes da Mercante,
sua doce Liana assassinada na fuga para Outono,
a miséria da ocupação nartisan em Santo Paulo,
os meses como prisioneira dos Cães,
sua primeira transfiguração, o cheiro apodrecido da
Polícia Sensível, o Levante de Agosto em Santo Paulo,
escapar dos muros da cidade, fugir, fugir, fugir,
os olhos da Matilha no horizonte, a paz anciã dos nartisan
emanando firme da sua pele de lobo…
Aquele céu era o sinal que esperava há semanas…
a brecha enorme com o sol no meio… suas respostas
estavam nas águas do Lago Apolo.
Na manhã seguinte, o corpo marcado de cicatrizes da
Mãe Loba submergiu… da superfície para o fundo de
algum espelho.
Observe com atenção ao seu reflexo.
FIM
OBS.: {o desenho acima não é Maina, mas é de uma tal Maina}
2 Responses to Maina sabe desenhar
lady bug
outubro 19th, 2005 at 7:58
depois dos últimos e-mails não consigo não tentar imagina-la na sua Maina.
😉
imaginante
outubro 19th, 2005 at 23:44
a gente se torna a criatura fantástica que deseja ser. :*